Novas perspectivas para o xenotransplante

A evolução da tecnologia empregada na engenharia genética na qual se baseia o xenotx abre novas perspectivas para seu emprego.


Além da substituição de órgãos sólidos como rim, coração e pulmão, têm sido referidos resultados animadores para o xenotransplante de células isoladas ou tecidos.

Por outro lado, devido a sua produção de cerca mil substâncias, o xenotx de fígado até agora não era considerado viável. Entretanto, o advento de imunossupressores mais potentes estimulou que fosse considerado como transplante ponte para os casos em que a gravidade da insuficiência hepática do receptor não permita a espera de um alotransplante.


Ao mesmo tempo, a melhor compreensão da reação imunológica decorrente de fatores relacionados ao SLA tem permitido o progresso de estudos experimentais sobe xenotransplante de sangue total. Inútil salientar a importância do xenotransplante de sangue total ou derivados capazes de atender a demanda atualmente atendida pelos bancos de sangue. Principalmente em momentos de catástrofes públicas ou guerras.


Da mesma forma, têm melhorado os resultados a longo prazo do xenotransplante suíno de ilhotas de Langherans para tratamento de diabetes tipo I, bem como do xenotransplante suíno de plexo coroide para tratamento da moléstia de Parkinson

Mais recentemente foram iniciados estudos para o xenotransplante suíno de tímpano e estruturas da orelha interna


Com vistas a esses resultados nossa equipe multidisciplinar iniciou experiencias pré-clínicas de xenotransplante suíno de coração, rim e pele geneticamente modificados empregando sistemas isolados de perfusão respectivamente com sangue suíno e sangue humano. Se após 54 horas de perfusão com sangue humano, os órgãos suínos modificados em nosso laboratório não mostrarem, respectivamente, em dosagens seriadas do perfusato e em biópsias do órgão perfundido sinais histopatológicos de rejeição hiperaguda, estaremos eticamente autorizados a realizar experiências em humanos descerebrados e, a seguir, estudos clínicos controlados.


Além desses novos horizontes, vale salientar a influência positiva exercida na opinião pública pelos resultados das recentes tentativas de xenotransplante cardíaco e renal em humanos. Nesse sentido, a sobrevivência por 61 dias do paciente transplantado em Maryland (EUA) no começo do ano passado deve ser avaliada considerando que o primeiro transplante de coração realizado em 1967 por Christian Barnaad sobreviveu apenas 18 dias.


Todos esses fatos justificam a recente afirmação de David Cooper - “Sempre soubemos que o xenotransplante seria a solução para estender os benefícios do transplante de órgãos a todos que o necessitam. As informações hoje disponíveis mostram que o xenotransplante já chegou e continuará para sempre”.